Responsabilidade, seriedade e honestidade são nossos três pilares.

 Um projeto de ciência cidadã realizado pela AWI no Ártico agora demonstra como pode ser bem-sucedido envolver os cidadãos na pesquisa científica. Ao longo de cinco anos, os cidadãos que participaram de cruzeiros no Ártico inspecionaram e coletaram resíduos de plástico que chegaram às costas de Svalbard. O Instituto Alfred Wegener os analisou. De acordo com os resultados, um terço dos resíduos plásticos que ainda apresentavam vestígios ou rótulos que permitiam analisar sua origem vinham da Europa, e grande parte deles da Alemanha. Os resultados, que acabam de ser publicados na revista Frontiers, demonstram claramente que mesmo países industrializados prósperos como a Alemanha contribuem significativamente para a poluição de ecossistemas remotos como o Ártico. Segundo o estudo, a comparação dos novos dados com os de trabalhos de campo anteriores realizados na superfície do mar e no fundo do oceano mostra que muito mais detritos se acumulam nas costas do Ártico, tornando-as uma espéc...

Após dois anos de incerteza e reclusão, o Carnaval volta a brilhar em todo o Brasil. São quatro (em algumas cidades cinco ou mais) dias de muita música, dança e alegria. Em 2020, ao final da comemoração, foram recolhidas 3.500 toneladas de lixo em cinco capitais brasileiras. Muito pouco desses resíduos gerados em Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro foi destinado à reciclagem. A maior parte foi para aterros ou foi depositada na natureza. Dados do Diagnóstico Brasileiro de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos indicam que apenas 4% dos resíduos sólidos urbanos são reciclados no país. Para mudar esse cenário, é preciso colocar em prática o seguinte mantra: repensar, reduzir e reciclar. Jogar o lixo na lixeira também ajuda muito. A prática dos três “Rs”, associada à economia circular, é a principal aliada do Carnaval sustentável, explica o coordenador pedagógico do Movimento Circular, Edson Grandisoli. “Repense o consumo e compre o que realmente faz sentido para se di...

Forma e função. Termos que acompanham diversas definições que cabem à arquitetura, mas já não bastam para resumir a prática em 2023. Hoje, construir envolve a compreensão dos ciclos de materiais, como cada ação pode estar ligada ao extrativismo de recursos naturais e seus danos ao meio ambiente. Vivemos na urgência de revisar a forma como produzimos o espaço construído.   Edifícios listados como patrimônio são de fundamental importância para a paisagem urbana. Nem sempre grandes marcos na cidade, mas certamente espaços que refletem características culturais e históricas que ajudam a definir a sociedade que ali habita. Reformar ou readaptar esses espaços é uma forma de requalificar zonas urbanas e resgatar importantes memórias. Além disso, configura uma oportunidade de integrar benefícios ambientais a todo o entorno, caso seja possível promover uma intervenção sustentável. Trabalhar com a circularidade dos materiais, ou seja reciclá-los e evitar o uso de novos materiais, é uma práti...

De acordo com um estudo publicado em 2019 pela revista Environmental Science & Technology, é 13 vezes mais caro extrair minerais de depósitos naturais do que recuperá-los de resíduos tecnológicos para fabricar novos dispositivos. Para obter minerais como platina, cobre ou paládio, não só é necessário cavar e processar os materiais, mas também usar grandes quantidades de água ou energia. É aqui que entra o conceito de economia circular, baseado na utilização de materiais provenientes de produtos reciclados e na menor dependência da extração de recursos virgens. A reciclagem de aparelhos eletrônicos não apenas melhora a qualidade do meio ambiente, mas também traz outros benefícios. A União Internacional de Telecomunicações (ITU) considera que esses objetos, se receberem o tratamento de reciclagem oportuno, podem gerar oportunidades cujo valor supera os 62.500 milhões de dólares anuais e criar milhões de novos empregos globalmente. Nesse sentido, tanto esta organização quanto a ONU se...